sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Onde? Como? Quando?

Desde o momento em que nossas mães descobrem que estão grávidas, já começam a especular:
- “Será que é menina ou menino?”
- “Se for menina vai ser bailarina.”
- “Não mesmo, eu tenho certeza de que vai ser psicóloga.”
- “Ela vai preferir ser bióloga.”
- “Que seja, mas se for garoto, vai jogar futebol na seleção.”
- “Haha! Até parece, ele vai ser médico, para poder salvar muitas vidas.”
Então chegamos à infância - lembra daquela fase em que sua mãe queria te fazer usar uma blusa rosa, mas você preferia um vestido? Ou quando seu pai te chamava para “bater uma bolinha”, mas você queria mesmo era pegar seu judogui e lutar?
Pois é, desse momento em diante que seus pais já percebem que você tem vontade própria, mas nem sempre – para o nosso azar - eles nos dão ouvidos. Essa é a nossa primeira barreira para o futuro.
Depois de muita conversa, de ceder, de fazer exigências, nossos queridos antecessores nos deixam escolher os nossos destinos.
Nosso primeiro obstáculo vencido, nossa primeira conquista.
É exatamente aí, quando analisamos as possibilidades, que surgem as dúvidas. Pensamos ter certeza de que curso fazer, de que esporte praticar, quais lugares frequentar, mas é tudo ilusão. Mesmo que as perguntas não sejam sobre o que fazer, serão outras: onde fazer, quanto custa, em qual período, quais são minhas outras opções dentro do que eu quero... É como um poço de questões que só você pode responder, porém nem sempre isso acontece.
Como vocês já devem ter percebido, nós, do Registro Diário, somos muito diferentes. Então aí vai um pouco do desabafo de cada uma.

Rhanna

Eu? Ah! Eu sou a pessoa mais indecisa da face de tooooooda a Terra! Brincadeira, mas é sério! Eu já decidi muitas vezes o que eu queria fazer.
Quando eu tinha 14 anos decidi prestar vestibular para Educação Física. Por quê? Ora, eu sempre adorei exercícios, desde os meus 7 anos eu faço vários tipos de esportes. Mas o preconceito – é, acreditem, ainda existe preconceito com isso – e o fato de eu ser péssima em física, me fizeram desistir. Depois, estudei e passei na ETEC para fazer curso de Nutrição e Dietética. Nessa época eu estava certa de que a Nutrição era o caminho, mas no ultimo semestre, descobri que não era para mim, apesar de ter aprendido coisas que eu vou levar comigo para sempre. Ciências Biológicas e Engenharia de Alimentos são outras profissões que eu me imaginei seguindo.
Agora, depois de muito tempo pensando e me conhecendo, sei que meu futuro está em Artes Cênicas e Jornalismo. Como eu finalmente acordei? Bem, eu sempre gostei de falar, escrever (e acreditem, eu falo com as mãos), de agitação, tenho facilidade em decorar falas – sempre faço isso nos comerciais -, me emociono em uma peça, me vejo nos bastidores, me vejo atuando, me imagino escrevendo as falas, as músicas, coordenando os movimentos... E assim, tudo isso me fez enxergar o que sempre esteve ao meu lado, o que todos os meus sentidos gritavam, o que meu coração agora sente.
Minha próxima barreira é: onde cursar? Minha “bufunfa” no final do mês vai dar? Qual fazer primeiro? E depois de terminar o curso, onde trabalhar, afinal, é uma área para poucos... Mas querem saber? Daqui para frente a gente leva como dá. E de preferência sorrindo...


Aninha

Dúvida, essa palavra nos acompanha muito quando somos adolescentes, não é?
Mas pensemos, quando entramos na fase adulta ela é muito mais frequente.
Algumas vezes tem a ver com questões de convivência, liberdade entre nós e nossos pais, mas o maior dos motivos vem da incerteza do caminho profissional ou da visão do futuro onde realmente queremos chegar. Quando somos crianças, as pessoas nos perguntam o que queremos ser quando adultos e nós sempre temos a resposta “na ponta da língua”, mas nós crescemos, e a resposta muda para “não sei...”.
Algumas dúvidas que nos acompanham, como o que estudar, a profissão a seguir, como eu me imagino, onde vou trabalhar, nos amedrontam e até frustram alguns dos nossos sonhos, pois o nosso cotidiano às vezes é tão cruel, que realizá-los passa a ser utopia. Eu sei, não é fácil viver como queremos, mas galera, isso é tão comum quanto chuva depois de um dia de muito sol.
O que vou dizer não é conselho, é somente a minha visão sobre o assunto, como diria uma grande psicóloga que conheci: “nem a matemática é tão exata que não mereça questionamento”.
A questão é: até os nossos avós passaram por isso, isso a que me refiro é a dúvida, a indecisão, a cobrança, a visão de futuro dos nossos pais, o “pouco” tempo para decidir e tomar uma atitude, o vestibular, etc... Então, façam um teste, perguntem a eles o que realmente importa na vida, o que eles aconselham para que tenhamos sucesso no futuro, e tenho certeza de que a resposta será “seja feliz”.
Aproveite e acredite na sua intuição. E essa visão também é a minha. Sou suspeita para falar porque também estou nessa situação de dúvida. Enfim, nós somos jovens, a carreira que devemos seguir deve ser nossa escolha, e não precisa ser a única. Temos tempos pra estudar mais de um único curso. Emprego? Sim, é importante, mas melhor do que estar à procura de um emprego é pensar como um empreendedor e procurar meios, oportunidades e conhecimento que sejam “multifuncionais”, ou seja, globalizados, prontos para qualquer situação, empresa e segmento. Não importa qual é a profissão da moda ou do futuro, ou aquela que dá dinheiro; tudo aquilo que fazemos bem, trará bons retornos em todos os sentidos. A escolha da carreira deve partir dos nossos princípios, dos objetivos que temos e de tudo em que acreditamos. Conhecer pessoas que trabalham em diferenciados segmentos é um ótimo ponto de partida para quem ainda está em dúvida. Não desperdicem oportunidades, sejam elas quais forem, pois a vida é uma caixinha de surpresas, e de qualquer experiência pode-se agregar valor. Por isso, vivam, sejam, aproveitem e abram os olhos para que daqui a alguns anos, todos possamos olhar para trás e dizer “fomos felizes”.

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Um comentário:

  1. As vezes acho que somos de outro planeta, não que nos opomos ha desejos normais e mundanos, mas são tão diferentes e ao mesmo tempo tão semelhantes da maioria a nossa volta.

    AMO vcs meninas, mesmo estando distante!

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