quarta-feira, 31 de março de 2010

Velhos x Novos


Nós, adolescentes, pensamos ser os donos da razão, não nos importamos com o que as pessoas falam da gente, ouvimos música no último volume, fazemos bagunça e não arrumamos, assistimos a filmes de terror, vamos a balada e, claro, (quase) nunca estudamos.
Os mais velhos? Bem, eles são chatos, não ouvem música, só assistem jornal, gostam de tudo no lugar, vão a missa todo domingo pela manhã. Certo?
Se for assim que vemos as coisas, vamos pensar melhor.
Há uns cinquenta anos esses “velhinhos” tiveram a sua idade. Sim, eles já foram adolescentes. Mas naquela época tudo era diferente: os passeios, os namoros, as músicas, as festas, enfim, os tempos.
Talvez o motivo para que eles não queiram que a gente saia sábado a noite seja pelos perigos da cidade ou por puro conservadorismo. Quando eles perguntam sobre os estudos e o serviço, não é para criticar e comparar com o passado, mas porque se preocupam com o nosso futuro.
Nós temos que entender que um dia nós teremos 70 anos e que as preocupações que os rondam serão as mesmas que nós teremos em relação aos nossos netos.
Eles, por sua vez, têm que entender que os tempos mudaram, e lembrar que eles já tiveram a nossa idade.Nada é para sempre.

sexta-feira, 26 de março de 2010

quinta-feira, 25 de março de 2010

Recalculando

Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico. Sumi porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu lado, a saudade fará mais por nós dois que "nosso amor" e sua desajeitada e irrefletida permanência.

Martha Medeiros

terça-feira, 23 de março de 2010

O Primeiro Beijo

weheartit
Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.
- Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar?
Ele foi simples:
- Sim, já beijei antes uma mulher.
- Quem era ela? perguntou com dor.
Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.
O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, fala bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca.
E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada.
O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga.
Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.
Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.
Ele a havia beijado.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.
Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.
Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.
Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...
Ele se tornara homem.

Clarice Lispector in "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998

quinta-feira, 18 de março de 2010

Eu quero

*Jaqueta de couro
*Pulseira de tachas e correntes
* Ankle Boot
*Bolsa Chanel

quarta-feira, 17 de março de 2010

terça-feira, 16 de março de 2010

Look do dia





Jeans: Acne
Jaqueta: Jeans
Camiseta: Nike
Sapato: Donna Girl
Bolsa: Hummel
Ps: amei a jaqueta *.*

quarta-feira, 10 de março de 2010

Porcos. Esse deveria ser o nome dado às pessoas que jogam lixo nas ruas.
Toda vez que vejo uma cena dessas me controlo para não ter um “ataque de histeria” ou uma “síndrome de cidadã consciente”. Claro que não sou assim desde sempre, são coisas que aprendemos quando crianças e aprendemos a lidar com o crescimento.
Essas pessoas não têm a mínima noção (ou pior, elas têm) do mal que isso causa, mas preferem colocar a culpa nos governantes (não que eles sejam os mocinhos).
É tão mais fácil e visivelmente bonito jogar o lixo na lixeira. Não tem lixeira? Coloca no bolso da mochila. Não tem bolso? Você teve que segurar até agora, por que não espera mais um pouco?
Depois que chove, eles dizem que perderam tudo o que tinham, mas não é bem assim. Se você jogou lixo no chão, a chuva só trouxe de volta o que é seu por direito. Keep it!
Infelizmente isso não afeta só os culpados, mas também outros que talvez tenham respeitado o meio ambiente..

segunda-feira, 8 de março de 2010

Don't Smoke

Começa exatamente assim, quando você está nervoso demais para saber o que está fazendo e um amigo te oferece, ou quando quer fazer tipo para sua turma, ou simplesmente porque quer saber como é.
É um vício. Uma droga lícita que ajuda o comércio, financia e adianta sua morte.
É desconfortável para as pessoas ao redor! Quem é que gosta de abraçar e beijar pessoas cheirando a cigarro, ou que soltam a fumaça na sua cara?
Se você já é dependente desse mal, por favor, tente respeitar quem não é. Não que vocês sejam pessoas ruins, sabemos que não são. Muitos de nossos parentes e amigos fumam e nós os amamos muito. Apenas são somos obrigados a tolerar.
Você fuma? Tudo bem, largar não é fácil, força... Agora obrigar os outros a “compartilharem” do seu vício já é demais. É egoísmo. É fazer o mal ao próximo por pura conveniência.
Se ainda não tem vícios, viciem-se em livros, filmes, séries, esportes. É tão menos desagradável...
Cuidado, tudo em excesso é prejudicial.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Alguns momentos necessitam de reflexões.
Por favor, não incomode.