quinta-feira, 3 de junho de 2010

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.

Manuel Bandeira, Teresópolis - 1912



2 comentários:

  1. Amiga, nao gosto de pensar que vc pode nao estar bem!!!
    Tdo vai melhorar ok?!

    Vai la no meu blog q tem um desafio p vc!

    ResponderExcluir
  2. Boa, poesia de bandeira. ^^
    Só acho ele muito carnal, mas é boa! rs
    Beijos

    ResponderExcluir